domingo, abril 23, 2006

Não há fingimentos, apenas sentimentos

É uma enchente de emoções misturadas e arredias que me consome.

Uma mistura de dúvida, ansiedade, paixão, medo, esperança, curiosidade, amargura, tristeza, RAIVA e, finalmente, compaixão de mim mesma. O pior deles.

"que é pra ver se você volta, que é pra ver se você vem, que é pra ver se você volta pra mim..."

Enquanto eu não colocar na minha cabeça a idéia de que SÓ EU POSSO ME FAZER FELIZ, continuarei assim. Ouvindo conselhos, chorando alto enquanto estou sozinha em casa, chorando baixinho durante a aula, no fundão, enquanto finjo escrever a matéria que o professor dita.

Números, contas, administrações. Como administrarei os negócios que minha mãe demorou anos para estabilizar, apenas com a herança de meu pai - aquela pouca que ele guardava para pasasr férias no Brasil - terra de mamãe, só para vê-la MAIS feliz, uma vez no ano. E ela conta com tanto orgulho... lembra dele como se ainda fosse vivo e a mantivesse feliz mesmo com a sua ausência.

Ela sim, é realmente feliz. Sozinha, com seus negócios.
Não fosse eu, filha problemática desde os quatro...

Eu quero me consertar. Deixar essa revolta interna esvair-se. Sem fingimentos ou sorrisos amarelos. Sem a demonstração de que sou a mulher mais forte do mundo, de que não me abalo com tantas provações pelas quais tenho passado durante a minha vida toda.

Exemplo? Bah... parece tudo encenação, mas não é.

Quem se importaria em ouvir essas histórias? Poupe-me! Poupo-te!

Limito por escrevê-las em necessidade de expressar o que sinto. Em necessidade de conhecer alguém que sinta o mesmo. Em necessidade de que alguém me entenda... Necessito.

Este é um blog de lamúrias. Você já sabe disso.

"E o meu coração, embora finja fazer mil viagens, fica batendo parado naquela estação..."


* Citações de Adriana Calcanhotto.

terça-feira, abril 18, 2006

One Month Girl

Eu já deveria ter-me acostumado.

Um mês e vai. Assim foram os cinco namoros que ocorreram após a partida do gordinho, que me abandonou pelo medo que tinha de, de repente, eu "virar" uma mulher bonita e traí-lo. Vê se pode!

Os subseqüentes, todos lindos de morrer, cobiçadíssimos pela comunidade feminina da cidade, idolatravam-me como se eu fosse a Deusa na Terra (enquanto me portava apenas como personagem). Em um mês, descobriam que eu não era só um corpo magro e alto e um olhar distante. Notaram que eu era uma vida, independente, muito revoltada e com muita mágoa guardada no coração, apesar de ainda manter o humor gordinho que me acompanhou desde os quatro anos.

Nem sempre as pessoas gostam de sarcasmo nas entrelinhas. Gente inteligente como eles, sempre as decifram. E se machucam. Não os culpo. Apenas os entendo.

Todos eles tiveram razão de me deixar.

O primeiro (dos cinco), morava longe e não poderia viajar.
O segundo, traiu-me e espalhou na internet para que mundo soubesse. É o único pelo qual não tenho o mínimo de respeito. Fiquei quatro meses com ele e pouco me lembro dos momentos alegres que tivemos. Parece que não durou nenhum mês.
O terceiro veio em represália ao segundo. Batata! A magia virou-se contra a metida a Feiticeira. E este fez estrago na minha vida, por mais de um ano, mesmo que o namoro só tenha durado uma semana. Trocou-me por uma "menina" bem mais nova, gordinha e sensível. Porém com um gênio forte e que tentou tornar a minha vida um inferno, mesmo depois deles já terminados.
O quarto veio e foi embora, para sempre. Viajou.
O quinto, invadiu a minha vida. Eu não queria. Fugia. Contudo não consegui resistir aos seus encantos e nem reza braba me faz esquecê-lo.

Bastam alguns meses... para a história (ou o fardo) repetir-se e tudo voltar ao começo.

Mais um namoro de um mês. Quem será o próximo?

sexta-feira, abril 14, 2006

Luís Fernando Veríssimo

Goste de alguém que te ame, alguém que te espere,
Alguém que te compreenda mesmo nos momentos de loucura;
De alguém que te ajude, que te guie,
Que seja seu apoio, tua esperança, teu tudo.

Goste de alguém que não te traia, que seja fiel,
que sonhe contigo, que só pense em vc,
que só pense no teu rosto, na tua delicadeza,
no teu espírito;
E não só no teu corpo, nem em teus bens.


Goste de alguém que te espere até o final,
de alguém que sofra junto contigo, que ria junto a ti,
que enxugue suas lágrimas;
Que te abrigues quando necessário,
que fique feliz com tuas alegrias e que te dê forças
depois de um fracasso.

Goste de alguém que volte pra conversar com
você depois das brigas, depois do desencontro.
De alguém que caminhe junto a ti, que seja companheiro,
que respeite tuas fantasias, tuas ilusões.

Goste de alguém que te ame.
Não goste apenas do amor.

Goste de alguém que sinta o mesmo por você..


* Preciso seguir o conselho de um dos meus mestres...

quarta-feira, abril 12, 2006

Tempestade


A tempestade é um livro. A tempestade é uma arte. Na verdade, é um álbum que está presente em todas as minhas perdas. Foram muitas desde a mudança. Desde que perdi o gordinho com quem eu casaria.

Namorei com ele desde os 15. E aos 19, ele me deixou. Deixou-me ouvindo o CD o qual me presenteara, certa vez.

"O sândalo perfuma o machado que o feriu. Adeus, adeus, adeus, meu grande amor..."


Veio W, B, M1, N, M2... E agora, A... todos se foram levando uma parte do que havia de "ainda feliz" em mim.

"É complicado estar só
Quem está sozinho que o diga
Quando a tristeza é sempre o ponto de partida
Quando tudo é solidão
É preciso acreditar num novo dia"


Nunca deixei de acreditar, mesmo tentando negar a minha formação, a minha crença, o meu desejo de estar junto com alguém PARA SEMPRE.
Negando. Sobrevivi a todas as perdas negando. Sempre sorrindo com um olhar sereno. Mesmo que com sorrisos tímidos e amarelos. Olhando para baixo a fim de esconder a janela de minha alma triste.

"Todos se afastam quando o mundo está errado
Quando o que temos é um catálogo de erros
Quando precisamos de carinho, força e cuidado"


O mundo semre foi assim. Sorria e ele sorrirá com você. Chore e você chorará sozinho.
Incontáveis as vezes que me escondi para chorar. Enquanto olhava minha cara inchada no espelho, desesperada por não condizer mais o que eu realmente sou. Tudo é um paradoxo. O "eu" que todo mundo vê e o "eu" que só eu sei que existe. O "eu" que eu teimo em esconder. O "eu" que eu ainda não aceito.


"A paixão já passou em minha vida
Foi até bom mas ao final deu tudo errado
E agora carrego em mim
Uma dor triste, um coração cicatrizado"


Levo assim, calada. Vivendo em um mundo de enganos, de erros. Não sou eu, nem a criadora (sim, a Deusa, não o Deus), nem eles. Foi o astral.
Já chega!


"Eu nem sei por que me sinto assim
Vem de repente, um anjo triste perto de mim
(...)
Não me dê atenção
Mas obrigado por pensar em mim"


* Trechos do álbum A Tempestade ou O Livro dos Dias, da Legião Urbana.

sexta-feira, abril 07, 2006

Tristeza

Ando pela rua com o olhar baixo, lágrimas querem satar dos meus olhos, teimando a minha vontade de segurá-las ali.

Me sinto vazia, porém um tanto pesada.
A garganta semi-fechada, quer embargar o que quer ser derramado em qualquer hora ou local.

Há tremores nas mãos. Já não consigo me concentrar.

Ela me bate, invadindo a alma. E todos percebem e comentam: "hoje a Belle está triste". E ninguém percebe que sempre FUI triste.

Semeando o mesmo pensamento há dois anos, desde que o homem-da-minha-vida me deixou.

O meu gordinho feliz, simpático, que não aguentou tantas mudanças. Não aceitou a minha submissão em frente às vontades de minha mãe. Via-me emagrecendo, embelezando... deixou-me.

"Você é maravilhosa, mas agora merece algo melhor".

Mereço mesmo?

Homens lindos e podres por dentro. Foi assim. E nesses dois anos, foi decepção atrás de decepção. Procurando sempre alguém, não melhor, mas apenas BOM para mim.

Não nasci mais para o AMOR. Ele veio e já foi.

Agora acontecem paixões avassaladoras que não duram mais de um mês. Quando duram isso, não ultrapassam os quatro meses.

Agora estou assim: fadada ao "azar no amor".
Com a sina de carregar a tristeza e o conformismo para onde quer que eu vá.

E daqui a pouco, estarei sorrindo.
Porque "fingir estar bem" tornou-se a minha especialidade.

segunda-feira, abril 03, 2006

A Síndrome do Início de Namoro

Não se acontece com você, mas como comigo acontece SEMPRE, por isso elaborei uma teoria boba sobre o período de início de namoro.

Assim que me enlaço a alguém, começo a repentinamente, encontrar certas pessoas do meu passado, ou que nunca mais haviam aparecido e justamente nessa hora, resolvem dar o ar de sua graça em minha vida.

De repente, aquele seu ex-namorado com o qual você passou dois anos de sua vida, resolve comprar um cd na mesma hora que você e no mesmo local. Ou você acaba por encontrar toda a família da ex do seu atual namorado fazendo compras no SEU supermercado.

Também acontece o caso de um rapaz lindo, inteligente e engraçado para quem você sempre deu bola, que subitamente começa a se aproximar de você, sem mais nem menos.

Parece que a pessoa em início de namoro atrai certas situações.

Comigo já aconteceu de, no segundo encontro, um pombo ter-se despedido de suas necessidades habituais em pleno vôo, sobre a cabeça do que ainda seria o meu quase-noivo-aspirante-a-homem-da-minha-vida. Situação tragi-cômica da qual ainda me lembro com alguma diversão, apesar de tudo.

Seria uma longa história a ser destrinchada, a deste relacionamento, cujo término teve relação direta com a minha "mudança radical forçada". Assunto para um outro post - já que, no início de um namoro, devemos protelar os assuntos do passado para bem tarde.
Mesmo que eles teimem a aparecer diante de nós, assim, como a síndrome de Início de Namoro, a qual descrevi acima.