sexta-feira, agosto 28, 2009

Smile Like You Meant It

É tempo de fingir.

Nada mais incômodo do que aquela pessoa que reclama o tempo todo, que se acha a coitadinha, que não tem amigos, é azarado, Oh vida! Oh azar! E quem nunca teve um dia desses?

Em um curto período de tempo percebi que eu era amiga dos meus amigos, sim. Amiga verdadeira. Mas, a minha presença era praticamente imposta a eles, e por serem maravilhosos (pessoas maravilhosas), eles me mantinham ali. Talvez por pena, comodismo, porém no fundo, nunca fizeram questão de que eu estivesse mesmo ali - tanto que depois que eu me retraí, ninguém apareceu para dizer "cadê você, senti a sua falta". Não.

E quando as únicas pessoas que você conversa e conta da sua vida são as pessoas que brotam ali na tela, que você nem sabe se tem tiques, mau hálito ou cheiro de cigarro?

E elas só estão ali porque querem mesmo. Afinal, é tão fácil dizer "já vou" e bloquear a pessoa para se fazer algo melhor.

Hoje em dia, é difícil ter amigos de verdade. Na nossa idade, cada qual já tem seu par, seu trabalho, suas ambições. Quem tem tempo livre para abraçar um amigo ou marcar apenas para jogar conversa fora?

É tempo de fingir.

Que é forte, que está tudo bem, que não se tem problemas, que a vida é bela e não essa merda onde você se afunda em uma rotina, quando se tem dinheiro suficiente para mudar de vida, mas não se tem companhia para desfrutá-la.

De que adianta, se você conquistou tudo o que queria, mas está sozinho nessa?

Sorria, você não tem do que reclamar! Tens saúde, um emprego bom, uma família, um cão...

Se no fundo, não tem ninguém, ninguém acredita... afinal, você é bonita, inteligente, boa de coração, escreve bem, é poliglota e sabe convencer.

Então sorria.

Sorria como se tivesse mesmo vontade de sorrir.
Sorria como se estivesse feliz de verdade.
Sorria, como se seu sorriso fosse verdadeiro.

Sorria.

How to fight loneliness

How to fight loneliness
Smile all the time
Shine your teeth to meaningless
And sharpen them with lies

And whatever is going down
Will you follow around
That’s how you fight loneliness

You laugh at every joke
Drag your blanket blindly
Fill your heart with smoke

And the first thing that you want
Will be the last thing you’ll ever need
That’s how you fight it

Just smile all the time
Just smile all the time
Just smile all the time
Just smile all the time

(Wilco)

segunda-feira, agosto 17, 2009

domingo, agosto 02, 2009

Amor? De Repente...

Assisti a um filme chamado "De Repente é Amor" (A Lot Like Love).

Sou louca por comédias românticas. E louca pelo @aplusk, que me conquistou com suas twittadas cheias de conteúdo - eu o julgava um idiota porque o vi algumas vezes num programa ridículo chamado Jackass, je crois.

Conta a história de um casal que se encontra ao longo do tempo, geralmente quandoum deles leva fora ou termina um relacionamento.

Nem precisa dizer que eu me identifiquei horrores...

Eu e ele, o Barba. Começou em 2005, dura até hoje, com intervalos de meses, anos... De repente, é amor. Embora eu não acredite nisso. Apesar de muito ter cantando Shiver, pensando nele.

Depois do filme, conversamos em francês. Em pelo menos uma coisa, eu sou um pouquinho melhor do que ele - só porque eu comecei a estudar antes. Mas para o nível dele... ah, ele está bem avançado! Definitivamente é o homem mais inteligente que conheço.

Talvez, não. Talvez seja só um menino. Que eu tento esquecer com cada cara novo, mas sempre volto para ele.

Lembro-me de quando terminei meu último rolinho, abaladíssima, eu lhe telefonei e ele sentiu a tristeza em minha voz. Encontramo-nos e eu chorei no ombro dele - exatamente como no filme!

Ele traçando planos para o futuro - que não se cumpriram, ainda bem. Ele escapou de um casamento, eu escapei de outro. Eu sempre com uma máquina na mão e ele sempre fugindo de frente das câmeras.

E quando tocou "Look What You've Done" no filme, lembrei-me do dia que, em 2005, eu pedi que ele baixasse para mim. Com o título, ele pensava que era uma indireta e bradou:

- Hey, look what you've done your fucking bastard! - eu ri.

A lua, as fotos, as músicas, as trilhas sonoras... o estar junto quando se está triste, quando ese está feliz, quando se está com saudade ou mesmo vontade.

Depois que terminou o filme - com final feliz, lógico! - chorei copiosamente. Talvez porque tenha a certeza de que EU não terei final feliz. De eu QUnão serei prioridade nem hoje nem amanhã, nem quando seus projetos terminarem.

Talvez eu tenha nascido somente para amar, cuidar, observar de longe, torcer para que sejam felizes. Sim, porque gostar de mim eles gostam, mas preferem-me longe, à uma distânciasegura de não-sei-o-quê.

Então, é preciso ser feliz com o que se tem.

O trabalho. A família.
Eu tenho a arte.
A sublimação.