quinta-feira, novembro 01, 2007

Eu sou Camille Claudel

Tendo deixado sua família pelo amor de Rodin, ela trabalha vários anos a serviço de seu mestre e mantendo-se à custa de sua própria criação. Por vezes, a obra de um e de outro são tão próximas que não se sabe qual obra do mestre ou da aluna inspirou um ou copiou o outro. Além disso, Camille Claudel enfrenta muito rapidamente duas grandes dificuldades: de um lado, Rodin não consegue decidir-se em deixar Rose Beuret, sua companheira devotada desde os primeiros anos difíceis, e de outro lado, alguns afirmam que suas obras seriam executadas por seu próprio mestre. Assim sendo, Camille tentará se distanciar, percebendo-se muito claramente essa tentativa de autonomia em sua obra (1880-94), tanto na escolha dos temas como no tratamento: A Valsa [figura](La Valse — Museu Rodin) ou A Pequena Castelã (La Petite Châtelaine, Museu Rodin). Esse distanciamento segue até o rompimento definitivo em 1898. A ruptura é marcada e contada pela famosa obra de título preciso: A Idade Madura (L’Age Mûr – Museu d'Orsay).

Ferida e desorientada, Camille Claudel nutre então por Rodin um amor-ódio que a levará à paranóia. Ela instala-se então no número 19 do quai Bourbon e continua sua busca artística em grande solidão apesar do apoio de críticos como Octave Mirbeau, Mathias Morhardt, Louis Vauxcelles e do fundidor Eugène Blot. Este último organiza duas grandes exposições, esperando o reconhecimento e assim um benefício sentimental e financeiro para Camille Claudel. Suas exposições têm grande sucesso de crítica, mas Camille já está doente demais para se reconfortar com os elogios.

Depois de 1905, os períodos paranóicos de Camille multiplicam-se e acentuam-se. Ela crê em seus delírios que Rodin está apoderando de suas obras para moldá-las e expô-las como suas, que também o inspetor do Ministério das Belas-Artes está em conluio com Rodin, e que desconhecidos querem entrar em sua casa para lhe furtar as obras. Ela vive então em um grande abatimento físico e psicológico, não se alimentando mais e desconfiando de todos.

Seu pai, seu porto-seguro, morre em 3 de março de 1913. Em seguida, em 10 de março, ela é internada no manicômio de Ville-Evrard. A eclosão da Primeira Guerra Mundial levou-a a ser transferida para Villeneuve-lès-Avignon onde morre, após trinta anos de internação, em 19 de outubro de 1943, aos 79 anos incompletos.

Fonte: Wikipédia.




La Valse, Camille Claudel

5 comentários:

Flávia disse...

Amiga, que história triste.

Triste, triste, triste.

Beijos!

vieira calado disse...

Não conhecia.
E sensacional.
Bom fim de semana.

Alê Quites disse...

Linda escrita.
Beijos*

Buda Verde disse...

a história é triste, mas gostei da narrativa, seria pós-moderna? tem um toque de amor, poesia...


Muito bom mesmo.

Beijo.

Anônimo disse...

Ai.. ;~ Como eu queria ler uma história assim e pensar "mas que absurdo! Isso é pura ficção!", mas não... poucas coisas me parecem mais verossímeis do que uma biografia marcada por loucura amorosa... Dá medo, muito medo... de ficar assim?

Anabel manda notícias lá de sua terra dos sonhos. Ela parou de escrever, não sei se soubeste. Postei algo lá para explicar isso.

Beijos e que BOM reencontrar-te!