segunda-feira, novembro 05, 2007

De novo, ele me assombra

Faz, exatamente, uns três dias que ele me reapareceu depois da última discussão homérica ao telefone, na qual ele me ridicularizava em último grau e eu chorava copiosamente sobre o travesseiro. Eu havia acreditado, mais uma vez, erroneamente, que ele, finalmente, descobrira-me o real valor.

Depois do acontecimento, eu decidi então eliminá-lo de vez. Cortar-me as asas, os links existentes, os fios que nos uniam. Todas as conexões foram, não exterminadas, mas afastadas de mim. E eu sequer movi uma palha para que eu as encontrasse novamente.

Então eu segui. Ás vezes, lembrando, não mais com saudades, e sim, com grande pesar. Um quê de 'poderia ter valido a pena' se nada do que aconteceu tivesse ocorrido. O problema é que o passado existe e afeta diretamente o meu presente. Toda mágoa reflete agora.

Ele voltou. Pedindo desculpas, dizendo "às vezes ficamos meio loucos". Enfim. Estava longe, viajando, conhecendo novas culturas, gostos, cultivando novos laços, contando piadas novas e ridículas daquelas que somente americanos se divertem ao escutar. Estava ali, longe, com distrações demais para lembrar que eu existia.

Temo imaginar o motivo de sua lembrança. Será que o pensamento foi "não estou fazendo nada... vamos brincar um pouco com Belle Annelise. Ela me parece feliz, vou artazaná-la só para me divertir mais um pouquinho"? Esta é a única possibilidade que me vem à mente. Senão a única, a muito mais provável de acontecer.

Ele voltou dizendo que sente a minha ausência. E que me provaria a verdade em entrelinhas. Que verdade? perguntaria eu. A verdade é que 'toda essa história' já passou da validade, mas não posso negar que ainda me atormenta.

Porque se eu pareço estar sem rumo, tenho dó de quem nunca o teve. E eu acredito nisso... pois se, para ele, houvesse um rumo, este tentaria segui-lo e olhar para frente, esquecendo assim, o que ficou para trás.

4 comentários:

Anônimo disse...

Não sei se é um conto ou se é a mais pura realidade. Mas sei que me identifico com suas palavras... Passei por esta situação muito recentemente... E uma hora temos que deixar o barco seguir seu rumo... para bem longe dessas paragens, para desta forma, conhecermos novos mundos e viver novas aventuras...

beijos

Anônimo disse...

Putz! Preciso comentar, antes, o post anterior. Admitir o vício por homens é coragem pra poucas. A maioria das mulheres normalmente toma uma postura mais pseudo-autosuficiente, "pego e largo quando quero", "me viro muito bem sem eles", bla bla bla. O negócio é que se pode até pular de homem em homem sem deixar pedaço, mas isso não é autosuficiência, nem mesmo relativa. Porque o fato é que, por mais que não se prenda a nenhum, você não consegue passar sem eles, sem o gênero! É horrível! Às vezes eu olho para uma perna peluda e uns pés cascudos com unhas meio podres e penso: meu deus, por que eu gosto disso? E deus responde: porque você é mulher, heterossexual e cresceu sem pai, minha filha. Não, na verdade, quem fala isso é meu psicanalista.

Beijos, Bell! Ainda to devendo uma visita ao blog da criadora que será feita em breve.

Juliana Fernandes disse...

sabe o novo?!?!
está aí...
olhe para sua janela.. se não há janela, olhe para a porta...
abra-a ... o sol ou a lua estará olhando para vc e mostrando que a "estrada vai além do que se vê."

há muito e muitos a conhecer.

Abraços.

Juliana Fernandes disse...

mas sabe Belle....
o medo que vc tem de abrir as janelas e as portas pode fazer com que você perca o prazer de se deparar com uma vida cheia de coisa boa para curtir..

permita-se...