Faz, exatamente, uns três dias que ele me reapareceu depois da última discussão homérica ao telefone, na qual ele me ridicularizava em último grau e eu chorava copiosamente sobre o travesseiro. Eu havia acreditado, mais uma vez, erroneamente, que ele, finalmente, descobrira-me o real valor.
Depois do acontecimento, eu decidi então eliminá-lo de vez. Cortar-me as asas, os links existentes, os fios que nos uniam. Todas as conexões foram, não exterminadas, mas afastadas de mim. E eu sequer movi uma palha para que eu as encontrasse novamente.
Então eu segui. Ás vezes, lembrando, não mais com saudades, e sim, com grande pesar. Um quê de 'poderia ter valido a pena' se nada do que aconteceu tivesse ocorrido. O problema é que o passado existe e afeta diretamente o meu presente. Toda mágoa reflete agora.
Ele voltou. Pedindo desculpas, dizendo "às vezes ficamos meio loucos". Enfim. Estava longe, viajando, conhecendo novas culturas, gostos, cultivando novos laços, contando piadas novas e ridículas daquelas que somente americanos se divertem ao escutar. Estava ali, longe, com distrações demais para lembrar que eu existia.
Temo imaginar o motivo de sua lembrança. Será que o pensamento foi "não estou fazendo nada... vamos brincar um pouco com Belle Annelise. Ela me parece feliz, vou artazaná-la só para me divertir mais um pouquinho"? Esta é a única possibilidade que me vem à mente. Senão a única, a muito mais provável de acontecer.
Ele voltou dizendo que sente a minha ausência. E que me provaria a verdade em entrelinhas. Que verdade? perguntaria eu. A verdade é que 'toda essa história' já passou da validade, mas não posso negar que ainda me atormenta.
Porque se eu pareço estar sem rumo, tenho dó de quem nunca o teve. E eu acredito nisso... pois se, para ele, houvesse um rumo, este tentaria segui-lo e olhar para frente, esquecendo assim, o que ficou para trás.
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4 comentários:
Não sei se é um conto ou se é a mais pura realidade. Mas sei que me identifico com suas palavras... Passei por esta situação muito recentemente... E uma hora temos que deixar o barco seguir seu rumo... para bem longe dessas paragens, para desta forma, conhecermos novos mundos e viver novas aventuras...
beijos
Putz! Preciso comentar, antes, o post anterior. Admitir o vício por homens é coragem pra poucas. A maioria das mulheres normalmente toma uma postura mais pseudo-autosuficiente, "pego e largo quando quero", "me viro muito bem sem eles", bla bla bla. O negócio é que se pode até pular de homem em homem sem deixar pedaço, mas isso não é autosuficiência, nem mesmo relativa. Porque o fato é que, por mais que não se prenda a nenhum, você não consegue passar sem eles, sem o gênero! É horrível! Às vezes eu olho para uma perna peluda e uns pés cascudos com unhas meio podres e penso: meu deus, por que eu gosto disso? E deus responde: porque você é mulher, heterossexual e cresceu sem pai, minha filha. Não, na verdade, quem fala isso é meu psicanalista.
Beijos, Bell! Ainda to devendo uma visita ao blog da criadora que será feita em breve.
sabe o novo?!?!
está aí...
olhe para sua janela.. se não há janela, olhe para a porta...
abra-a ... o sol ou a lua estará olhando para vc e mostrando que a "estrada vai além do que se vê."
há muito e muitos a conhecer.
Abraços.
mas sabe Belle....
o medo que vc tem de abrir as janelas e as portas pode fazer com que você perca o prazer de se deparar com uma vida cheia de coisa boa para curtir..
permita-se...
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