Acordo de manhã com o mesmo pensamento da noite passada.
Na verdade, durante os meus sonhos, o pensamento permaneceu, o de ânsia, dúvida, vazio, silêncio. Um desespero calado e quieto, quase branco, mas cinza. Um cinza desbotado, manchado, feio.
Na verdade, durante os meus sonhos, o pensamento permaneceu, o de ânsia, dúvida, vazio, silêncio. Um desespero calado e quieto, quase branco, mas cinza. Um cinza desbotado, manchado, feio.
O medo é o que me causa essa tristeza. O medo, o pior dos sentimentos. Que paralisa, faz tremer, vertendo lágrimas inevitáveis... por dentro.
Afinal, é preciso viver.
Ir ao banco, pagar as contas, agüentar o trânsito, trabalhar, ajudar outras pessoas, fazer outras pessoas felizes, mesmo que a única coisa que haja dentro de você seja a tristeza.
É como se a respiração faltasse o tempo todo, e um embrulho saciasse o estômago, um nó prendesse a garganta e um grito estivesse sofrendo por não poder sair.
É uma vontade de desistir, mesmo sabendo que a desistência implicaria no prolongamento desse sofrimento, que poderia ter sido tão inevitável se não existisse o MEDO.
Medo desgraçado.
Só os covardes se rendem a ele. Eu não, eu o odeio, então luto. Só os corajosos assumem o medo e o reconhecem como um inimigo. Lutam contra ele até vencer.
Mesmo que a luta seja dolorosa, mesmo que o sangue seja inevitável, essa vitória vale a pena.
Então, seguro o choro e corro avante.
Pois é preciso. E eu não sou covarde o bastante para desistir.
Eu persisto. E vou até o fim.